Depois de se elevar em setembro, o Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 0,7 ponto em outubro, para 91,6 pontos. Na média móvel trimestral, o índice cedeu 0,4 ponto.
Os dados são da Sondagem da Construção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base em informações coletadas de 735 empresas, entre os dias 1º e 24 deste mês. A pontuação vai de 0 a 200, indicando confiança ou otimismo a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, o Índice de Confiança retornou ao patamar registrado em agosto. “Na comparação com setembro, o sinal positivo veio do indicador de evolução recente da atividade, que engatou duas melhoras consecutivas, sugerindo retomada. Mas, em relação ao início do ano, houve redução do ritmo de crescimento”, comenta a economista.
“Na comparação interanual, há uma piora expressiva do cenário setorial, com as expectativas sofrendo maior revés – um movimento observado nos três segmentos setoriais. Assim, o ano caminha para fechar com menor crescimento, mas com um mercado de trabalho que permanece bastante aquecido”, observa Ana Castelo.
Expectativas em queda
A queda do ICST de outubro refletiu exclusivamente a piora das expectativas para os próximos meses.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST), um dos componentes do ICST, ficou estável, ao manter-se em 91,9 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-CST), o outro componente, recuou 1,4 ponto, atingindo 91,5 pontos.
Entre os componentes do ISA-CST, registraram-se variações opostas: o indicador de situação atual dos negócios diminuiu 0,5 ponto, para 91,4 pontos, enquanto o indicador de volume de carteira de contratos avançou 0,5 ponto, chegando aos 92,3 pontos.
Por sua vez, os dois componentes o IE-CST caíram: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses retraiu 0,9 ponto, alcançando 93,1 pontos, e o de tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 1,8 ponto, para 89,9 pontos.
Limitações à melhoria dos negócios
A piora do cenário setorial fica clara nos quesitos da Sondagem sobre as maiores limitações aos negócios.
O aumento de assinalações em demanda insuficiente (26% dos respondentes) traduz a desaceleração percebida também na evolução do emprego no setor. Por outro lado, a redução do ritmo está ainda longe de ameaçar o mercado de trabalho – as empresas apontam de forma majoritária (35%) a escassez de mão de obra qualificada como principal fator limitativo, uma dificuldade que aumentou a despeito da desaceleração da atividade.
Contribuindo para a queda na confiança, nota-se também que aumentaram as dificuldades com custo e crédito (16%), observou Ana Castelo.
Utilização da capacidade
O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da Construção registrou avanço de 1,2 ponto percentual (p.p.), atingindo 80%.
Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos aumentaram 1,3 e 0,5 p.p., para 81,7% e 74,2%, respectivamente.
Matéria publicada no Sinduscon-SP