Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

FIESP debate obra paradas e financiamento no setor da construção

Os Conselhos Superiores da Indústria da Construção (Consic) e de Infraestrutura (Coinfra) realizaram reunião conjunta para debater dois temas relevantes: obras paradas e condições de financiamento.

Um dos expositores foi Ernesto Hermida Romero, coordenador do núcleo de execução de contrato do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo. Ele explicou o trabalho do TCE e todos os trâmites a que as obras públicas são submetidas, desde o processo de licitação e contrato, passando pela execução e quais entraves podem atrasá-las ou paralisá-las, como deficiências ou omissões no Projeto Básico.

No primeiro trimestre deste ano foram registradas 784 obras atrasadas/paralisadas no estado que representam mais de R$ 19 bilhões. Entre os motivos citados por Romero para os atrasos e paralisações, estão contingenciamentos de recursos próprios, fatos posteriores à licitação, inadimplência da empresa contratada, descumprimento de especificações técnicas, atrasos em repasses, entre outros motivos.

O presidente do Consic, Eduardo Capobianco, afirmou que, para se evitar paralisações, deveria ser revista a sistemática dos leilões, que muitas vezes perde a lógica. Um segundo ponto é o alinhamento de preços dos contratos e o seu reequilíbrio. “Os preços estão muito desalinhados e as causas devem ser aprofundadas para entender por que eles ocorrem”, disse o presidente do Consic. Ernesto Hermida Romero concordou e observou que o reequilíbrio deve ser de fato implementado.

Financiamento via mercado de capitais

Outro convidado da reunião foi o economista Carlos da Costa, ex-diretor do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ex-secretário especial de Produtividade e Competitividade no Ministério da Economia, atualmente conselheiro do Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi) da Fiesp.

Costa criticou o custo do crédito e também o Custo Brasil, além das altas margens dos bancos e dos spreads elevados. “Uma saída é desbancarizar, algo que tem acontecido em todo o mundo”, disse ele, ao tratar do financiamento da cadeia da construção via mercado de capitais.

Segundo ele, esse mercado está se transformando, impactado pela tecnologia e o crédito vem migrando para canais não bancários. No Brasil, não é diferente. Para Costa, o mercado de capitais oferece transparência e soluções de crédito, aumentando o resultado da empresa.

Matéria publicada no Observatório da Construção/FIESP

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