Associação Brasileira da Construção

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Saúde e Segurança do Trabalho em BIM já é realidade no país

No Brasil, já há softwares disponíveis e cases bem sucedidos de aplicação das exigências das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), nos projetos de construção e execução em BIM (Modelagem da Informação da Construção).  Esta foi uma das novidades apresentadas na 6ª Reunião Online do Comitê Permanente Regional do Estado de São Paulo (CPR-SP) da NR 18 – SST na Indústria da Construção, em 10 de agosto.

Haruo Ishikawa, presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, destacou que “a SST em BIM veio para ficar. A maioria das construtoras hoje já trabalha com esta modelagem, não dá mais para construir sem ela, e é só incorporar os elementos de saúde e segurança.”

Renata Matsmoto, chefe da Seção de SST da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo (SRTb/SP), afirmou que, embora a tecnologia esteja avançando, “é preciso sempre ouvir e envolver os trabalhadores no planejamento da segurança, mesmo na etapa do projeto, para que não haja dissonâncias na execução da obra”. Segundo ela, graças a um planejamento que levou anos, a construção das obras para a Olimpíada de Londres em 2014 não registrou nenhum acidente.

Possibilidades em BIM 

Rogério Moreira, supervisor de Projetos e Tecnologia do Instituto Senai de Tecnologia da Construção Civil, explicou o que é projetar em BIM e como se podem inserir na modelagem elementos de gerenciamento de riscos, como as redes de proteção coletiva, pontos de ancoragem, o posicionamento das gruas, acesso aos locais de trabalho, rotas de fugas e locais mais adequados para a localização das áreas de vivência.

Ele mostrou um software que modela e insere os elementos do plano de prevenção de acidentes dentro da modelagem de um empreendimento. O BIM ainda permite simular a visitação virtual do técnico de segurança ou de um auditor fiscal a um canteiro, checando as fases do cronograma da obra e do Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR). Possibilita desenvolver elementos e posicioná-los, inclusive com a integração no projeto modelado, com quantitativos, custos e tempos de execução.

Moreira apresentou um manual técnico de SST em BIM, desenvolvido no Paraná, em que foram exibidos e disponibilizados diversos componentes de prevenção de acidentes, constantes em outro software. E apresentou um conjunto de templates desenvolvidos e comercializados por uma arquiteta do Rio Grande do Sul, com uma biblioteca de modelos de SST disponíveis para aplicação na modelagem.

O supervisor acrescentou que o tema segue em evolução. Na Áustria, pesquisa-se o uso de inteligência artificial para verificar se não se deixou nenhuma brecha em SST no projeto modelado, relatou.

Foco no trabalhador 

Jófilo Moreira Lima Jr., ex-secretário de SST do Ministério do Trabalho, afirmou que a gestão de risco em SST não deve se limitar ao cumprimento da legislação, mas ir além, medindo a eficácia das medidas protetivas e promovendo sua melhoria contínua. O enfoque deve ser na educação e na percepção do trabalhador em relação a essas medidas.

Ele abordou vários desafios, como os projetistas atenderem as necessidades atuais e futuras em SST na construção e na manutenção dos empreendimentos. Ressaltou a importância do engajamento da alta direção das empresas no gerenciamento dos riscos. E congratulou o Seconci-SP pelos protocolos sanitários instituídos na pandemia.

Respeito às Normas 

Balmes Vega Garcia, diretor adjunto do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp), elogiou o trabalho tripartite que resultou no novo texto da NR 18, “mais simplificada e agora possível de ser cumprida”. Destacou a importância do diálogo entre capital e trabalho, do reconhecimento da dignidade do trabalhador e do respeito às Normas Regulamentadores, para a SST e a produtividade.

José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP, recomendou aos participantes da reunião que estimulem a imunização contra a Covid-19 em suas empresas e orientem todos os colaboradores à adoção das medidas preventivas. Ele destacou o fato de o CPR-SP seguir suas atividades. “Isso mostra nossa força, nosso engajamento em SST”, afirmou.

Roque de Camargo Junior, auditor fiscal do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo (SRTb/SP), informou que as gravações das reuniões do CPR-SP podem ser assistidas no canal da auditoria fiscal do Trabalho no Estado de São Paulo no Youtube e incentivou os participantes a divulgá-las.

O encontro ainda contou com as participações de Marcos Antonio de Almeida Ribeiro, vice-presidente do Sindicato de Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo (Sintesp), e Sebastião Ferreira, secretário geral desta entidade. Este comentou que a segurança do trabalho ainda é o melhor investimento que a empresa pode fazer.

Matéria publicada no Sinduscon-SP

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