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Plano contra pandemia terá quase R$ 800 bilhões, diz Guedes

"Fomos atingidos por um meteoro." Esta foi a comparação que o ministro da Economia, Paulo Guedes, usou para dar a dimensão da pandemia de coronavírus e o que exigirá em termos de medidas para socorrer a economia. Guedes, que fez uma live com a XP Investimentos na noite desse sábado (28), disse que as medidas do governo para socorrer setores devem chegar a quase R$ 800 bilhões.

Ele também assegurou que não está de saída do governo e atribuiu boatos à conversa fiada. "O presidente tem total confiança no meu trabalho", autochancelou. 

O ministro garantiu que "nenhum brasileiro vai ficar para trás" e que novas ações estão saindo do forno e serão lançadas esta semana. "Vamos jogar o dinheiro na ponta, para estados se defenderem", garantiu, citando que o impacto será no déficit primário, mas que este é o custo da crise. "Estamos vivendo a pior crise na história do Brasil."

Por isso, a cifra deve chegar ao patamar citado durante o ao vivo que durou duas horas. Guedes usou praticamente todo o tempo para falar das medidas do governo, usando palavras como "catástrofe" para dar o tom do que representa a crise atual. "Se a onda de isolamento for longa, é catástrofe econômica, e se for curta, é na saúde." O ministro apelou ainda para que empresários doem kits para exames de Covid-19, cirando exemplos de testagem na população adotados na Coreai do Sul.

Guedes admitiu que há uma urgência nas ações e que elas têm de chegar na "economia real". Um motivo é que o maior impacto das semanas de isolamento social e fechamento de setores será sentido na hora de pagar o próximo salário. "As pessoas não sabem se vão receber. No mês que vem (abril), tem de estar tudo no lugar, o prazo é a primeira e segunda semana de abril. Se não, falhamos no desafio de execução." 

Sobre novas ações, após as anunciadas na semana passada que combinam crédito para financiar a folha de pagamento de pequenas e médias empresas, ajuda de R$ 600,00 a informais e ainda liberação de recursos de FGTC e PIS/Pasep, Guedes falou que a equipe econômica estar finalizando outras ações que devem ser anunciadas esta semana. 

Ele disse que metade do valor será do Tesouro e outra na área de crédito, com bancos. Guedes admitiu que as primeiras medidas que contaram com liberação de compulsório acabaram não chegando na ponta. Por isso, logo depois vieram os anúncios de liberação de FGTS e outros instrumentos. Na semana passada, teve a aprovação do voucher de R$ 600,00 para os trabalhadores informais e financiamento para pagar a folha de salários de pequenas e médias empresas.   

Sobre a efetivação desses instrumentos, o ministro garantir que em "até três dias" os empresários podem ir aos bancos para acessar. "Calma, não demita. Sabemos que o problema é urgente", apelou o titular da pasta de Economia. Uma novidade que ele não detalhou deve ser para apoiar as negociações de redução de salario para manter empregos. Guedes indicou que o governo vai cobrir parte. A ideia, indicou ele, seria que o pequeno empresário vai no banco já com a medida negociada para poder ter o recurso. 

Já projetando a saída dos meses de dificuldades, ainda sem duração definida, ele afirmou que "as reformas e as privatizações vão garantir a saída da crise", "Vamos dar outro exemplo ao mundo. Quando a onda da saúde for embora, vamos destravar investimentos, O Brasil vai ser o primeiro a sair dessa confusão. É isolamento agora para matar a primeira onda (pandemia). Não vamos deixar a segunda onda crescer muito", observou.   

Outro tópico que já tem projeto no Congresso é da redução de vencimentos dos servidores públicos. O ministro afirmou ser contrário e defendeu um congelamento dos valores, como alternativa para conter a evolução de gastos. "Prefiro trocar pelo congelamento. É mais construtivo para o País do que tirar poder de compra. É a mesma coisa para grandes empresas, que alguns defendem mais tributação. Não faz sentido macroeconomicamente reduzir salário dos servidores e tributar empresas", argumentou.

Vídeo da live no Youtube: https://youtu.be/voghPHGSPms

Matéria publicada no Jornal do Comércio
 

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